O empresário Rodrigo Carvalheira, de 34 anos, foi preso pela segunda vez
Após a prisão em 11 de abril, voltou a ser detido na manhã desta quinta-feira (6). Ele foi indiciado pela Polícia Civil por estupro de vulnerável em quatro processos. Em um deles, a Justiça acatou a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o transformou em réu.
Esta segunda prisão foi solicitada pelo MPPE por causa de uma ligação que Rodrigo Carvalheira fez, em dezembro de 2023, para o tio de uma possível vítima. O MPPE considerou que o empresário está interferindo nas investigações do caso.
Segundo Rodrigo Carvalheira, a vítima de um dos inquéritos procurou outras mulheres que, supostamente, também poderiam ser vítimas do empresário. O empresário disse que uma das mulheres procuradas teria negado qualquer envolvimento, por isso ele ligou para o tio dela.
“O Ministério Público pediu minha prisão por uma suposta mensagem de interferência, porque eu liguei [para o amigo] para ligar para a sobrinha dele e para saber que história era essa”, disse Rodrigo em entrevista exclusiva para a TV Globo.
Rodrigo Carvalheira negou qualquer envolvimento com a sobrinha desse amigo e disse estar sendo perseguido pela vítima que entrou em contato com as outras mulheres.
“Ela criou um grupo com algumas mulheres, porque ela era a minha melhor amiga, e ela colocou pessoas que eu sequer nunca fiquei. [...] Algumas amigas minhas me contaram e foi aí que eu fiquei sabendo que estava tendo um B.O contra mim”, contou o empresário.
De acordo com Rodrigo, ele se relacionou com a vítima de um dos inquéritos, sob consentimento, no carnaval de 2019. Ele afirmou que essa mulher era sua amiga desde a adolescência e questionou a versão de que a relação se tratasse de um estupro por ter organizado o aniversário dela no ano seguinte.
“Eu acho que uma data de estupro, deve ser uma data marcante para qualquer mulher [...]. Eu transei com ela no carnaval, 3 de março de 2019. Em 6 de março de 2020, ou seja, um ano e três dias depois, era aniversário dela. Ela fez aniversário no meu restaurante e eu organizei tudo. Então vamos parar para imaginar, eu vou ligar para o cara que me estuprou e vou pedir para ele organizar a minha festa de aniversário? Não faz sentido”, declarou.
Rodrigo Carvalheira é conhecido por atuar em vários negócios e ter realizado grandes eventos, como festas de réveillon na Ilha de Fernando de Noronha e na Praia dos Carneiros, no Litoral Sul de Pernambuco. Ele também foi sócio de um camarote privado no principal polo do carnaval do Recife, a praça do Marco Zero.
- Segundo o relato, ela estava bebendo e ele ofereceu um comprimido;
- A jovem disse que, depois disso, começou a passar mal, aceitou uma carona dele e apagou;
- A mulher também falou que só lembra de ter acordado num quarto, com a cama manchada de sangue e sentindo dores, e que perdeu a virgindade no estupro.
A segunda vítima denunciou um caso que aconteceu em 2011, quando tinha entre 16 e 17 anos:
- Em depoimento registrado no boletim de ocorrência, ela contou que estava indo embora de uma festa, quando Rodrigo Carvalheira a chamou oferecendo carona e insistiu para levá-la a um motel;
- A vítima disse que se sentiu forçada a transar com ele e "recorda que ele tinha prazer em ver sua resistência".
A terceira vítima disse que foi estuprada em casa, depois de uma festa de carnaval em 2019:
- A mulher relatou que tinha ingerido bebida alcóolica e voltou para casa com o intuito de se arrumar para ir a outra festa, quando Rodrigo Carvalheira chegou de surpresa;
- Ela contou que ele a forçou para engolir um comprimido e, depois disso, apagou;
- A vítima afirmou ainda que acordou na manhã seguinte com Rodrigo abusando dela e que havia manchas de sangue no sofá da sala.
Essas denúncias foram registradas na Delegacia da Mulher de Santo Amaro entre novembro e dezembro de 2023, e os inquéritos, remetidos para o MPPE em abril.
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Rodrigo Carvalheira por estupro de vulnerável e "stalking" (palavra que significa "perseguição" em inglês) no caso da mulher abusada em casa em 2019. A Justiça acatou e ele virou réu.
Procurado, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) disse que casos que tratam de violência doméstica e sexual contra a mulher correm em segredo de Justiça.
O Ministério Público pediu mais informações à Delegacia da Mulher sobre o caso de 2011 e solicitou o arquivamento do caso de 2009, pela prescrição do crime.
O g1 solicitou nota ao MPPE sobre o pedido dessa nova prisão do empresário, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
Site : https://g1.globo.com
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