O equipamento que registrou as imagens é operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Com o estado coberto por nuvens desde 29 de abril, o trabalho de observação do solo fica prejudicado e as imagens extraídas foram as exceções disponíveis no período. Elas mostram três pontos específicos do estado: Porto Alegre, Vale do Taquari e bacia dos rios Soturno, Jacuí e Jacuizinho.
O que houve na região do Vale do Taquari
As cidades do Vale foram erguidas às margens dos rios, chamadas pelos geólogos de planícies de inundação. Ou seja, são naturalmente alagadas quando o nível do rio sobe. No ano passado, por exemplo, quando um ciclone atingiu o estado, a região também foi a mais afetada.
Desta vez, o volume de chuva registrado foi ainda maior, deixando a região desolada. Para se ter uma noção, o rio Taquari, que corta o Vale , superou a marca histórica e atingiu mais de 30 metros de altura. Os prefeitos da região descrevem as cidades como "destruídas".
O que houve na região onde estão os rios Soturno, Jacuí e Jacuizinho
A imagem acima mostra o antes e depois, entre os dias 20 de abril e 5 de maio. Com o volume de água da chuva sem trégua há pelo menos uma semana, o curso do rio foi completamente alterado, avançando sobre as cidades.
Na imagem, é possível ver os rios Soturno, Jacuí e Jacuizinho. O volume de água fez o nível dos rios subir. Conectados, a cheia invadiu as cidades próximas. Nas cidades, famílias ficaram isoladas com as cheias. Entre as dezenas de mortes, três aconteceram na região nas cidades de São João do Polesine, Silveira Martins e Pinhal Grande.
A tragédia
A chuva que atinge o Rio Grande do Sul é o maior desastre climático da história do estado, superando uma grande cheia que ocorreu nos anos 40.
Segundo os meteorologistas, dessa vez o volume de chuva é maior porque ela persistiu por mais dias – cerca de uma semana sob chuva. O Cemaden estima que foram registrados quase 700 milímetros em alguns pontos do estado.
Até o momento, as cheias já deixaram mais de 80 pessoas mortas, mas mais de 100 ainda estão como desaparecidas. Moradores relatam pessoas que foram engolidas pela força da água, mas com o volume ainda alto as buscas por corpos só devem acontecer quando os volumes baixarem.
A Defesa Civil estima que as enchentes afetaram cerca de 800 mil pessoas, incluindo a capital, Porto Alegre. A cidade está embaixo d’água em vários pontos. Alguns pontos, como a rodoviária e o mercado municipal, só podem ser vistos de cima, porque foram tomados.
Desde o domingo a chuva deu trégua na região. No entanto, a água que já está alta deve levar até quatro dias para baixar. Um ponto de atenção dos especialistas é que na quarta-feira (7) há previsão de novos temporais.
Os comentários abaixo não representam a opinião do Blog Hildebrando Marques; a responsabilidade é do autor da mensagem