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O que você sabe sobre doação de corpo humano
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Publicado em 10/04/2024

Doação de cadáveres para a pesquisa está se tornando mais comum no Brasil, mas ainda há muitos entraves burocráticos

Aqui no estado de Pernambuco existe essa oportunidade

A anatomia humana é descrita como uma das disciplinas mais antigas no campo da Biologia, sendo um componente indispensável para formar futuros profissionais de saúde. Para isto, a dissecação apresenta-se como a forma mais eficaz de se estudar o corpo humano, sendo um método antigo, datado por volta de 500 a.C. pelos gregos, embora alguns autores afirmem que os egípcios foram os primeiros a realiza-la.

Através da dissecação é possível visualizar estruturas e funções dos órgãos, bem como os sistemas que compõem o corpo humano. Entretanto, a disponibilidade de corpos humanos para estudo pelas faculdades de ciências médicas e biológicas tem sido limitado, tornando-o escasso com o passar dos anos, mesmo com a autorização da lei 8.501 de 1992 a qual designa corpos humanos não reclamados pelas suas, respectivas, famílias a serem doados as faculdades de cursos de saúde.

Alguns fatores são considerados como os causadores desta ausência como o desenvolvimento socioeconômico, ocasionando uma diminuição no quantitativo de corpos não declarados (indigentes); e a relação, inversamente proporcional, entre o aumento do número de instituições de ensino superior e a diminuição da disponibilidade de corpos cadavéricos para estudo. Desta forma, o aprendizado com esta ferramenta de ensino, tem afetado, diretamente, a qualidade da assimilação dos conteúdos pelos estudantes, sendo substituídos por modelos artificiais que, cientificamente e pedagogicamente, não suprem a falta de corpos humanos, apenas o complementam.

Assim, o Programa de Doação de Corpos da UPE: “Doar para Viver” surge em 2020 a partir da necessidade de manter o acervo de corpos humanos para o ensino, pesquisa, extensão e treino cirúrgico da Anatomia Humana no Instituto de Ciências Biológicas da UPE, em Santo Amaro, Recife, Pernambuco. O programa está sob a coordenação dos professores Dr. Joaquim Celestino e MsC Edivaldo Xavier, os quais, naquele ano, deram início as atividades da proposta com a orientação de um estudante de Iniciação Científica. O estudo permitiu, aos coordenadores, a visão e as fragilidades que os estudantes da saúde tinham sobre a doação de seu corpo para estudos.

Em 2021, a proposta teve início com publicações, apenas, em redes sociais de ampla abrangência devido a situação pandêmica daquele momento, a fim de informar a população sobre a relevância e importância de doar o seu corpo para a ciência. Com isto, o projeto foi financiado pelo edital de extensão, da Pro-reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), o qual permitiu a participação de 51 estudantes extensionistas. Com a situação pandêmica controlada, foi possível realizar a divulgação e eventos presencialmente com os estudantes extensionistas e a sociedade, tanto a acadêmica como a geral.

Assim, em 2022, realizou-se o Primeiro Culto Ecumênico na capela do Hospital Oswaldo Cruz, no qual houve a participação de estudantes, funcionários, docentes responsáveis pelo programa, doadores e pacientes, com o objetivo de agradecer a todos os doadores em vida, aos que já partiram e ao cadáver desconhecido pela sua grande contribuição ao ensino da Anatomia Humana.

Em novembro de 2022 realizou-se uma ação no Parque Treze de Maio, em plena semana universitária, com o objetivo de divulgar e conseguir novos doadores em vida para o programa. Esta ação, foi considerada pelos organizadores e coordenadores, de grande sucesso, pois não apenas foi possível conseguir relatos de possíveis doadores, como também a inscrição de novos doadores de corpo em vida, permitindo que o programa crie raízes na região e sirva de base para a expansão para os demais Campi da UPE que possuem cursos de saúde e necessitam da capitação de corpos humanos.

Doando o corpo, o doador ajuda ao desenvolvimento de novas técnicas cirúrgica, a compreensão de doenças, o conhecimento aprofundado do corpo humano e ajuda no avanço de pesquisas médico-científicas, a fim de melhorar a vida de um outro alguém e até mesmo de um próprio ente querido.

“Doar é um ato de afeto, amor e carinho pelo próximo!”

 

BENEFÍCIOS OBTIDOS COM A DOAÇÃO DE CORPOS

  • Auxilia no desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas, mais eficiente e menos invasivas, que poderão vir ajudar na saúde de um ente querido;
  • Contribui com a descoberta de novas patologias;
  • Permite que profissionais da saúde tenham uma formação mais realista com o seu dia a dia profissional;
  • Permite o desenvolvimento de pesquisas médico-científicas;
  • Possibilita o conhecimento e o estudo, aprofundado, das variações anatômicas importantes para procedimentos cirúrgicos;
  • Colabora com as pessoas interessadas em doar o seu corpo para ciência, devido ao respeito ético e legal no ensino e no treino cirúrgico;
  • Coopera com a formação ético-humanística do futuro profissional da saúde.

 

O QUE DEVO FAZER PARA DOAR O MEU CORPO PARA A CIÊNCIA?

Todos os interessados em doar o seu corpo para a ciência, deve procurar o responsável pelo projeto na Universidade de Pernambuco em um de seus Campi, que possuem cursos de saúde, e solicitar as orientações para que possa ser um doador.

 

Para ser doador, faz-se necessário:

  • ser maior de 18 anos;
  • gozar de pleno gozo das faculdades mentais e por livre e espontânea vontade desejar doar o seu corpo;
  • preencher o Formulário de Inscrição;
  • preencher o Termo de Intensão em Doar o Corpo registrado em cartório com assinatura de duas testemunhas em duas vias;
  • preencher o Termo de Consentimento registrado em cartório com assinatura de duas testemunhas em duas vias; e
  • cópia de um documento de identidade autenticada em cartório.

 

Caso haja interesse de doar o corpo de um familiar, ou indivíduo menor de 18 anos:

  • os pais e/ou responsáveis, deverão preencher o Formulário de Inscrição;
  • o Termo de Doação de Corpo de Membro da Família em via dupla, registrar em cartório;
  • o Termo de Consentimento em via dupla, registrar em cartório;
  • cópia de documento, reconhecida em cartório, da pessoa a doar o falecido.

 

De posse destes documentos, o interessado em doar o seu corpo, ou o corpo de um familiar ou de um menor de 18 anos, para a ciência deve leva-los, devidamente registrados em cartório, até o Campus da UPE em que deseja fazer sua doação. A partir desse momento, o interessado passa a ser um doador em vida e deve orientar, trabalhar os seus familiares sobre a sua decisão, para que quando houver o falecimento o seu corpo seja transladado a Universidade e não a um cemitério/crematório.

Diante desta atitude, o doador poderá contribuir grandemente com as ciências médicas, a fim de permitir que futuros profissionais estejam melhores qualificados para poder atender a população, inclusive poder melhorar a qualidade de vida de um ente querido seu.

“Doar é um ato de amor, afeto e carinho pelo próximo!”

 

 

https://upe.br/projeto-doacao-de-corpos.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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