O presidente Lula (PT) apontou hoje a burocracia estatal como um dos empecilho no combate à fome no Brasil, durante a retomada do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional)
O que aconteceu
Lula assinou hoje decretos sobre as cozinhas solidárias e a nova cesta básica. Tirar o Brasil do Mapa da Fome até o fim do mandato, em 2026, é uma das principais promessas do governo, mas, como o UOL mostrou, com dados desatualizados, a gestão não tem um parâmetro de quantas pessoas estão em insegurança alimentar grave no país hoje
A servidores e membros do conselho, Lula reclamou da burocracia e cobrou celeridade. Para o presidente, a erradicação da fome só não vai ser conquistada se o governo "burocrata e preguiçoso não trabalhar"
Burocracia atrapalha pra cacete e enche o saco. Você tem muito mais gente para colocar obstáculo do que para facilitar, muito mais gente para dizer não. Eu conheço bem a máquina pública. E se o cidadão tiver má vontade, aí juntou a fome com a vontade de comer.
Lula, em evento no Planalto
É importante que a gente não permita que nenhum problema burocrático de qualquer instância do governo crie problema", completou. "Quando tiver um problema, por favor, essa coisa é resolvida na mesa da Presidência da República.
Portanto, não vamos ficar conversando pelos corredores, se queixando pelos banheiros, nas reuniões, fazendo Zap [WhatsApp] dizendo que não tá dando certo porque fulano não me atendeu."
Lula assinou dois decretos:
Cozinhas solidárias. As cozinhas solidárias surgiram da pandemia para preparo e distribuição de refeições. O texto que regulamenta a iniciativa, institucionalizada em 2023, e aponta medidas que serão atendidas em todo o país.
Distribuição e melhoria das cestas básicas. A norma da cesta básica dispõe sobre a nova composição da seleção de alimentos, alinhada a padrões saudáveis de alimentação, segundo o governo. Com a medida, serão inseridos na cesta mais alimentos in natura ou minimamente processados.
Melhorar o pente fino no Bolsa Família
Lula também cobrou o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento Social) sobre os pente finos no Bolsa Família. A desatualização promovida no governo Jair Bolsonaro (PL) é uma das justificativas do governo para não ter números atualizados sobre a fome.
"Wellington, uma coisa que a gente tem que ver é de vez em quando revisão do nosso Cad [CadastroÚnico]", disse Lula. "Para saber se está todo mundo que precisa estar lá dentro ou se tem gente que não precisa e está lá dentro."
Vocês sabem que de vez em quando aparece alguém malandro para ocupar o lugar de quem precisa. então é preciso que a gente faça seriedade na fiscalização para que a política pública seja corretamente aplicada. a gente pode errar em qualquer coisa, mas no combate à fome a gente não pode errar.
Lula, a Wellington Dias.
Acordo de R$ 4 milhões para combate à fome
O Banco do Brasil também assinou acordo de cooperação para erradicação da fome. O investimento social, segundo o banco estatal, será de R$ 4 milhões via Fundação BB. Esse valor vai ser usado para a compra de equipamentos para as cozinhas solidárias selecionadas pelo governo.
Programa do governo vai selecionar cerca de 90 cozinhas em todas as regiões do país. Esses locais terão freezer e demais eletrodomésticos e infraestrutura básica como pias, além de utensílios, equipamentos de segurança e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os profissionais e voluntários
Por Caíque Alencar e Lucas Borges TeixeiraDo UOL, em São Paulo e Brasília
Site : https://noticias.uol.com.br
Os comentários abaixo não representam a opinião do Blog Hildebrando Marques; a responsabilidade é do autor da mensagem