Diretor da unidade afirmou, nesta quarta (10), que hospital não poderá instalar emergência nem prestar serviços no perído de festejos
A falta de repasse de verbas pela prefeitura, nos últimos três meses, acendeu o alerta no Hospital Tricentenário de Olinda.
O centro hospitalar é a maior unidade de atendimento do Sistema Único de saúde (SUS) da cidade, no Grande Recife.
Com esse atraso de repasses pela prefeitura, o hospital ficou sem R$ 6 milhões, o equivalente a R$ 2 milhões a cada mês.
Esse dinheiro, segundo a unidade, é usado para pagar servidores, entre médicos e enfermeiros.
Convocada para integrar os serviços de emergência e atendimento no Carnaval 2024, a unidade informou ao município que não terá condições de participar das ações de saúde durante os festejos, que começam em um mês.
"Nós estamos numa situação grave, precária, dificultosa. Precisamos urgentemente de socorro’’, declarou o diretor do hospital, Gil Brasileiro, nesta quarta (10), em entrevista ao Diario de Pernambuco.
Na entrevista, Brasileiro disse que também estão em atraso a verba do governo federal referente ao mês de janeiro e recursos de emendas parlamentares.
''A Prefeitura de Olinda recebe do SUS e não repassa dinheiro para a gente. Além disso, as emendas dos deputados federais que beneficiariam o hospital também não foram entregues. Isso significa que ficamos sem R$ 3,2 milhões só de emendas de parlamentares federais. Também ficamos sem os recurso das emendas dos vereadores de Olinda, que somam R$ 1,2 milhão. Essas emendas destinam recursos para equipamentos e manutenção", declarou.
Por causa da falta de dinheiro da prefeitura, o hoipital pediu apoio ao governo do Estado.
As contas, ao menos, estão garantidas até o próximo mês, com o dinheiro adiantado pela Secretaria Estadual de Saúde.
"Sem esse dinheiro da prefeitura, não teremos mais como ficar atendendo todo mundo nos próximos meses. Por isso, não poderemos fazer o carnaval. Outra empresa privada terá que entrar para montar a estrutura para atuar na festa", disse Brasileiro.
Folia
O diretor afirmou, ainda, que há mais de dez anos a unidade participa do carnaval.
O Tricentenário instala uma emergência completa na policlínica Barros Barreto, com sala vermelha, sala de atendimento amarelo, verde e azul.
"Nós fazemos isso com médicos, enfermeiros e porteitros, motoristas e ambulâncias. Todos são nosso funcionários. É tudo pago pelo Tricentenário, para depois a gestão municipal ressarcir. Uma prefeitura que está na situação atual, eu não posso confiar que vai me pagar. Então, resolvemos declinar o convite de fazer esse carnaval do ano de 2024. É melhor atender o público do que investir para trabalhar no carnaval ’’, declarou Gil Brasileiro.
De acordo com Brasileiro, a unidade segue em contato com a prefeitura.
Ele disse que já fez várias reuniões e ue há promessa, mas não foi feito o pagamento.
Procurada pela reportagem do Diario, a gestão municipal de Olinda informou que que pagou, nesta quarta-feira (10/01), a primeira parte do acordo estipulado com o Hospital do Tricentenário. A próxima parcela vai ser efetivada na primeira quinzena de fevereiro
O Hospital do Tricentenário tem o nome em homenagem às comemorações do Tricentenário da Restauração Pernambucana.
É uma associação civil de direito privado, com finalidade filantrópica, sem fins lucrativos e econômicos, de caráter beneficente de assistência social.
O Hospital é vinculado à Província da Santa Cruz da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, com sede na cidade de Salvador, Estado da Bahia.
Atualmente, o Tricentenário de Olinda tem mais de 800 funcionários. São 230 leitos, todos de atendimento a pacientes do SUS.
Desse total, há 40 Unidade de Terapia Intensiva (UTIs).
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