Segundo dados do Hospital Regional do Agreste, em Caruaru, mais de 3 mil pessoas deram entrada na emergência no ano passado
O drama dos acidentes de moto não faz parte apenas da rotina dos grandes hopsitais da Região Metropolitana do Recife. Um balanço
divulgado ontem pelo Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru, aponta que a situação na região é bem complicada.
Maior emergência do interior do estado e referência nos atendimentos de trauma, o HRA recebeu, no ano passado, 3.852 vítimas de acidentes de trânsito. Desse total, 3.095 estavam em motocicletas. O número representa 75,7% das vítimas. Isso acende um alerta sobre os cuidados que devem ser tomados ao conduzir veículos de duas rodas. Os acidentes com motocicletas atingiram 81,6% de homens. Em 54,5% das situações, eles tinham idade entre 20 e 39 anos. Em 49,5% dos casos, as vítimas sofreram queda e 48,5% dos acidentes ocorreram aos sábados e domingos. “Nós vemos com preocupação a discrepância do número entre vítimas demotocicletas e os demais meios
de locomoção. Isso porque esse tipo de vítima, por estar menos protegida, demanda mais cuidado, mais tempo de recuperação e de afastamento do trabalho e,muitas vezes, fica com sequelas irreversíveis”, analisa a diretora-geral do HRA, Guacyra Pires.
BALANÇO Ainda segundo o balanço, 78,6% das vítimas tiveram membros superiores e inferiores afetados, deixando sequelas por longos períodos. De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), com dados do Ministério da Saúde, entre março de 2020 e julho de
2021 o SUS registrou 308 mil internações de pessoas em decorrência de sinistros de trânsito no Brasil.
Só em 2020, o gasto público com internações de motociclistas chegou a 171 milhões de reais em todo o país. E esse número deve ser ainda maior, visto que, em 2020, o Brasil passava pela pandemia do coronavírus.
2023: das 3.852 vítimas de sinistros atendidas no HRA, 3.095 estava em motocicletas
Dentre os fatores relacionados aos acidentes, a falta de habilitação (62,5%) e de equipamentos de segurança – como capacete (21,85%), o excesso de velocidade (10,6%) e o aumento da frota de motocicletas estão entre as causas de acidentes que,segundo o Ministério da Saúde,
matam cerca de 11 mil motociclistas no Brasil anualmente.
“A gente vê que, em alguns casos, os sinistros acontecem por falta de cuidado ou realmente de forma acidental, mas a maioria é por imprudência, ao não respeitar as leis de trânsito. É necessário e urgente uma maior conscientização, pois isso envolve não só suas próprias vidas, mas a de outras pessoas”, finaliza Frank Lima, diretor médico do HRA. Em segundo lugar, estão vítimas com automóveis. Foram 274 atendimentos ao longo de 2023, o que representa 9% do total. Em seguida, com bicicleta, representando 7,2%, com 177 pessoas registradas. Os dados são do Sistema de Informação sobre Acidentes de Transporte Terrestre (Sinatt).
Foto EDVALDO RODRIGUES/ ARQUIVO DP
Site Reprodução Diario de Pernambuco
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